Com
a fábrica mineira, anunciada nesta terça pelo governador Antonio
Anastasia e pela presidenta Dilma Rousseff, Brasil retomará a produção
de insulina no país
Renato Cobucci
Com a fábrica
mineira, anunciada nesta terça pelo governador Antonio Anastasia e pela
presidenta Dilma Rousseff, Brasil retomará a produção de insulina no
país
Uma parceria entre a iniciativa privada, o
Governo de Minas e Governo Federal vai garantir a retomada da produção
de insulina no país que será distribuída de forma gratuita para a
população por meio do Sistema Único de Saúde, o SUS. A fábrica que
produzirá o medicamento será construída em Nova Lima, na Região
Metropolitana de Belo Horizonte, e vai se tornar um dos mais modernos
centros de biotecnologia do mundo. O anúncio aconteceu nesta terça-feira
(16), em Belo Horizonte, em evento que contou com a presença do
governador Antonio Anastasia e da presidenta da República Dilma
Rousseff.
Com a produção da indústria mineira, o Brasil entrará
para o seleto grupo de países a fabricar o medicamento do diabetes.
Hoje, apenas Estados Unidos, Alemanha e Dinamarca possuem a tecnologia
para produção da insulina humana. Para o governador Anastasia, além de
garantir mais segurança para a saúde das pessoas, a fabricação do
medicamento, realizado com alta tecnologia, vai ao encontro do grande
objetivo do Governo de Minas de inserir o Estado na nova economia. “Nós
estamos dando um passo muito importante no grande esforço nosso, de
Minas Gerais, no incentivo à nova economia. Temos, no caso da
biotecnologia, um dos aspectos mais relevantes dessa economia do século
XXI, que é importante para o nosso desenvolvimento. Minas Gerais tem se
esforçado muito e tem realizado, em parceria com os nossos empresários,
avanços muito importantes. Essas instituições em nosso Estado
representam um grande patrimônio”, afirmou o governador.
Segundo
Anastasia, investir em biotecnologia é encontrar hoje o que ele chamou
de ‘o novo ouro’. “Estamos instalando essa empresa em Nova Lima,
conhecida internacionalmente pela produção do ouro. Minas Gerais tem no
seu ouro uma das suas principais riquezas. Estamos levando para Nova
Lima agora um novo ouro, um ouro que é a ideia da produção da
biotecnologia que vai dar à cidade, à Região Metropolitana, ao nosso
Estado uma riqueza ainda maior”, disse.
Na unidade da indústria
de medicamentos biotecnológicos Biomm serão produzidas insulina humana
recombinante e outras proteínas de interesse terapêutico. Atualmente
toda a demanda por insulina é suprida com importação. Os investimentos
previstos são da ordem de cerca de R$ 350 milhões. O empreendimento irá
gerar 208 empregos diretos e 624 empregos indiretos.
Parceria
Renato Cobucci
O projeto será desenvolvido em conjunto com a Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz) e terá financiamento do Banco de Desenvolvimento
de Minas Gerais (BDMG), da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais
(Fapemig), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Desse montante,
o BDMG participa com R$ 56,1 milhões, em forma de financiamento, e
outros R$ 29 milhões como participação acionária, perfazendo R$ 85
milhões. Anastasia defendeu a união de esforços e as parcerias para o
desenvolvimento de negócios e de mais qualidade de vida para o cidadão.
“Fico muito feliz de estarmos celebrando a participação das esferas
federal, estadual e municipal na atração de um investimento altamente
estratégico não só para Minas Gerais, mas para o Brasil e até para o
mundo. Temos a possibilidade de acoplar os esforços dos poderes
públicos, das universidades e do setor privado para termos ainda, no
âmbito do desenvolvimento da biotecnologia, a possibilidade de termos
mais remédios que melhora a posição estratégica do Brasil, mas
fundamentalmente, melhorar a saúde do nosso povo que é sempre o ponto
mais relevante e mais importante que devemos destacar”, afirmou
Anastasia.
A presidenta Dilma destacou a importância da empresa e
disse que há, hoje, um ambiente muito favorável para o seu
estabelecimento. “Eu acredito que a Biomm surge no Brasil num momento em
que todos nós olhamos o Brasil e sabemos que não é inadmissível, que
não é uma pretensão exagerada, que não é uma mania de alguns, ter uma
empresa produtora de insulina no Brasil”, disse.
Redução dos preçosA
volta da produção de insulina no país, segundo o ministro da Saúde,
Alexandre Padilha, representa segurança para os pacientes diabéticos.
“Às vezes, a insulina que é produzida fora do país o transporte, a
dificuldade de vinda ou qualquer decisão estratégica de uma empresa de
parar de produzir, poderia levar a uma insegurança do fornecimento de
insulina no Brasil”, explicou.
Ainda segundo o ministro, a nova
indústria mineira ajudará a baixar o preço do produto. “Teremos, no
nosso país, um produto de qualidade, de tecnologia de ponta. E toda vez
que a gente tem mais produtores, mais países participando da produção,
mais empresas, aumenta a competição. E o aumento da competição reduz
preço tanto para o Ministério da Saúde, quanto para o consumidor”,
afirmou.
A Biomm detém a tecnologia para a produção de insulina
humana recombinante, que utiliza micro-organismos geneticamente
modificados para a produção do cristal de insulina, princípio ativo do
medicamento injetável. A tecnologia desenvolvida pela empresa permite a
produção em larga escala de insulina com padrões de qualidade que
atendem às exigências da Organização Mundial de Saúde (OMS) e de outras
instituições regulatórias. O Governo de Minas tem incentivado a atração
de empresas de biotecnologia para agregar valor e inovação à economia do
Estado. Só em 2012, foram formalizados investimentos de R$ 285,1
milhões, com geração de 1.263 empregos diretos e 1.350 empregos
indiretos, em dez projetos no setor de biotecnologia e fármacos em Minas
Gerais. Em 2011, foram R$ 402,3 milhões, com geração de 506 empregos
diretos e 2.778 empregos indiretos, em seis projetos.
Fonte:
Jornal Vale do aço