Após notícia da venda de imóvel no Shopping, empregados receiam pelo fechamento da loja.
IPATINGA – Depois de conhecerem a intenção da Usiminas em vender o imóvel ocupado atualmente pela Cooperativa de Consumo de Empregados da Usiminas (Consul), no Shopping do Vale do Aço, funcionários da cooperativa temem pelo fechamento da unidade. Essa dúvida sobre o futuro dos empregados dos setores de administração e operação da Consul é uma realidade desde a assembleia realizada no último domingo, quando a notícia foi divulgada.
A Consul, que tem sido para muitos a porta de entrada no mercado profissional, é considerada um bom local de trabalho e, para a maioria, sua única fonte de renda. Um funcionário do setor de Administração que preferiu não se identificar, explica que o modo como as coisas foram conduzidas representa “uma falta de respeito sem precedentes”.
Segundo ele, é muito triste ver que o presidente da Usiminas, Julián Eguren, “parece ignorar a fonte de renda de muitas famílias, que dependem desse emprego”. “A Usiminas já está ‘capengando’, demitindo muitas pessoas nos últimos tempos e agora as vertentes sociais parecem ameaçadas. Receio pelo nosso futuro, principalmente porque só eu trabalho em minha casa. Vou ter que recomeçar a essa altura da vida?”, declarou.
Outra funcionária recorda que, devido ao número de demissões efetuado pela siderúrgica, era de se esperar que as coisas piorassem também para outros segmentos ligados à empresa, como a Consul. “O emprego de muita gente está ameaçado com essa notícia. Sou solteira e trabalho aqui há muito tempo, este é meu primeiro emprego e vejo também a preocupação de quem tem família e depende financeiramente desse trabalho”, observou.
A., que trabalha na cooperativa há dois anos e meio, relata que soube da venda do imóvel por meio do DIÁRIO DO AÇO e recebeu a notícia como uma “surpresa ruim”. “O que tenho percebido é que nem todos os funcionários sabem sobre a situação e os que sabem foram pegos de surpresa, pois não imaginavam que isso poderia ocorrer. Continuamos nosso trabalho de forma normal, aguardando que as coisas melhorem”, resume.
Segundo os funcionários, após a veiculação da matéria diversas manifestações de apoio chegaram por meio de clientes e pessoas ligadas à cooperativa. Conforme relatado ao DIÁRIO DO AÇO, o fato de o imóvel ser colocado à venda não é o problema e sim como a situação foi conduzida, onde a cooperativa recebeu uma lacônica notificação estabelecendo prazo para que seja efetuado o pagamento de R$ 30 milhões à vista em caso de interesse por parte da Consul.
Foco
Há algum tempo, a siderúrgica tem divulgado que seu foco está voltado para o minério - extração e beneficiamento-, e produção de aço. A companhia tem avançando em uma estratégia de verticalização da cadeia produtiva e, da produção atual de 7 milhões de toneladas/ano de minério de ferro, pretende saltar para 29 milhões de toneladas nos próximos quatros anos. Para alcançar essa meta, estão previstos investimentos em projetos de instalações industriais, equipamentos, barragens e terminais de embarque.
Há algum tempo, a siderúrgica tem divulgado que seu foco está voltado para o minério - extração e beneficiamento-, e produção de aço. A companhia tem avançando em uma estratégia de verticalização da cadeia produtiva e, da produção atual de 7 milhões de toneladas/ano de minério de ferro, pretende saltar para 29 milhões de toneladas nos próximos quatros anos. Para alcançar essa meta, estão previstos investimentos em projetos de instalações industriais, equipamentos, barragens e terminais de embarque.
Em relação à mineração, a produção em 2012 totalizou 6,7 milhões de toneladas de minério de ferro, superior em 5% à obtida em 2011. Os investimentos somaram R$ 555 milhões, aplicados principalmente no projeto de ampliação da capacidade produtiva de 7 milhões para 12 milhões de toneladas anuais, com previsão de início para o 2º semestre de 2013.
Os investimentos da empresa em 2012 somaram R$ 1,65 bilhão, distribuídos em 60% para atividade de siderurgia, 34% para atividades de mineração e 6% para atividade de transformação de aço e bens de capital. Os investimentos nos últimos cinco anos, que somam mais de R$ 11 bilhões, têm seu foco voltado para a modernização tecnológica e aumento da produção de aços de maior valor agregado.
Fonte: Diário do Aço