quarta-feira, 24 de abril de 2013

Caixa bancário explodido no Limoeiro Timóteo

Em quatro minutos: Dupla em moto arrombou porta, instalou explosivo, arrebentou um agência inteira em Timóteo e fugiu sentido a Ipatinga 



Layane Óliver Nunes
Caixa explodido
Ação de uma dupla dentro da agência durou exatos quatro minutos

TIMÓTEO – Um caixa eletrônico do banco Sicoob Vale do Aço, localizado na avenida Pinheiro, bairro Limoeiro, foi explodido na madrugada dessa terça-feira. As imagens do circuito interno de vídeo do Sicoob gravaram a ação dos criminosos até o momento da explosão.
Por volta de 1h36, os bandidos chegaram ao banco e, utilizando uma alavanca, arrombaram a porta principal. Dois homens entraram com capacete de motociclista na cabeça, um deles com um revólver na mão. Abriram um buraco em um dos caixas eletrônicos, instalaram o explosivo e detonaram. Esta ação durou apenas quatro minutos, o que demonstra experiência dos arrombadores.
Após a explosão, testemunhas relataram que ouviram o ruído de uma motocicleta saindo do local, possivelmente Honda Bros ou Tornado, com uso de escapamento Torbal.
Até a tarde de ontem, o Sicoob não havia informado quanto os assaltantes levaram, mas eles deixaram para trás R$ 2,6 mil em notas danificadas.
A polícia ainda procura os suspeitos da ação, que seguiram viagem de fuga rumo a Ipatinga. A moto usada no assalto foi abandonada no bairro Santa Terezinha, em Timóteo.
Fonte: Diário do Aço

 

Homossexual viciada em drogas é executada no bairro Planalto

Corpo foi encontrado com 29 perfurações de arma de fogo próximo à lagoa do bairro Planalto; homem armado provoca correria e confusão próximo à cena do crime
Mobilização de policiais e curiosos no local onde foi encontrado o corpo de Ariadna (detalhe), crivado de balas às margens da lagoa do Planalto (Crédito: Gizelle Ferreira)


IPATINGA – A violência sem fim no Vale do Aço provocou a morte de mais duas pessoas em menos de 24 horas. O último crime ocorreu no início da tarde de ontem (23) no bairro Planalto. O corpo de Ariadna Cristine Oliveira, 20 anos, conhecida popularmente como “Juninho Play” foi encontrado crivado de balas às margens da lagoa do bairro.
Informações que chegaram ao 190 da Polícia Militar é de que no local foram ouvidos vários disparos e logo em seguida o corpo da vítima foi encontrado já sem vida. A perícia da Polícia Civil constatou 29 perfurações no corpo de Ariadna provocadas por arma de fogo. As feridas são de entrada e saída do projétil, e pela quantidade de perfurações estima-se que a vítima foi alvejada com pelo menos 15 tiros.

“Juninho Play” já era conhecida no meio policial pelo envolvimento com o tráfico e uso de drogas no Centro da cidade, mais precisamente na região da “Cracolândia”. Ariadna estaria residindo há três meses no bairro Planalto, onde morava com sua companheira. Segundo a PM, Ariadna também já possui uma passagem por tentativa de homicídio, o que não descarta a hipótese de a morte dela estar ligada à vingança.

CORRERIA

Logo após as polícias civil e militar realizarem os trabalhos de praxe no local do homicídio e o corpo ser recolhido houve uma correria em torno da lagoa. A notícia de que um novo assassinato teria ocorrido próximo ao local provocou tumulto. Policiais armados correram em direção de onde poderia ter acontecido o fato, o que provocou uma sensação ainda maior de pavor entre os populares.

O boato só fez aumentar o medo nos moradores que há anos sofrem com a onda de assassinatos e tiroteio no bairro. Até mesmo os profissionais de imprensa ficaram com receio de se aproximar para verificar a veracidade da notícia. Após a confusão ficou confirmado que um indivíduo foi visto fugindo do local com uma arma na mão.

As duas polícias (civil e militar) com o apoio do Giro e do Grupo de Ações Táticas Especiais da PM cercaram todo o local, subiram em lajes, pularam muros atrás do suspeito. Ao final das diligências, seis pessoas, entre elas quatro menores, foram detidas ainda na tarde de ontem, suspeitas de envolvimento com o crime. A polícia já tem a confirmação de que Ariadna teria sido morta por mais de uma pessoa. No entanto, um deles não foi localizado.
Fonte: Diário Popular Mg

Mais um policial civil é preso em Ipatinga

Conforme o comunicado, assim como no caso dos outros dois policiais detidos na última sexta-feira, a equipe responsável pelas investigações não pôde revelar em quais dos homicídios esse policial estaria envolvido.
DA REDAÇÃO - Em cumprimento a mandado de prisão temporária expedida pela Justiça, a Corregedoria Geral prendeu na tarde desta terça-feira (23), um policial civil suspeito de envolvimento nos crimes em apuração em Ipatinga e outras cidades do Vale do Aço. Conforme o comunicado, assim como no caso dos outros dois policiais detidos na última sexta-feira, a equipe responsável pelas investigações não pôde revelar em quais dos homicídios esse policial estaria envolvido.

Um dos dois detidos na semana passada já foi ouvido por um dos delegados responsáveis pelos inquéritos. O outro será interrogado assim que as apurações indicarem essa necessidade. Nesta terça-feira, outros depoimentos foram colhidos pelos delegados, que não revelam detalhes para não prejudicar as investigações.
A corregedoria reafirma que a prisão temporária (que pode ser de 5 ou 30 dias) é um importante instrumento no processo de apuração de crimes, mas o envolvimento ou não dos detidos só é confirmado no momento da conclusão do inquérito, que define os indiciamentos para apreciação do Ministério Público e, em seguida, do Poder Judiciário.

CHACINA
Na última sexta-feira (19), dois policiais civis foram presos também pela corregedoria da Polícia Civil de Belo Horizonte por suspeita de envolvimento em crimes no Vale do Aço. As prisões ocorreram logo após a troca de delegados da 1º Delegacia Regional de Ipatinga e 12º Departamento de Polícia Civil.
As prisões ocorreram em razão da chacina de Revés do Belém, onde corpos de quatro adolescentes, entre 15 de 17 anos de idade, foram encontrados, no dia 30 de outubro de 2011, nus e com perfurações de arma de fogo na nuca, na localidade de Revés de Belém, distrito de Bom Jesus do Galho. O caso ficou conhecido como “Chacina do Revés”, um dos muitos sem solução cobrados pela imprensa local.
Fonte: Diário Popular MG

Ipabense: perpétua ou até pena de morte nos EUA

Três juízes decidirão o destino de José Carlos Oliveira Coutinho, acusado da morte de três membros de uma família


A morte ou prisão perpétua, esse será o destino de um cidadão do Vale do Aço acusado de matar todos os membros da família catarinense Szczepanik, radicada no estado de Nebraska, nos EUA, em 2009. Um painel formado por três juízes decidirá se o réu José Carlos Oliveira Coutinho, da vizinha cidade de Ipaba-MG, será condenado à morte ou prisão perpétua.

No último dia 11, os juízes Thomas Otepka, do Condado de Douglas; William Zastera, do Condado de Sarpy, e Mark Kozisek, do Condado de Brown, ouviram argumentos de ambos os lados, nas instalações do Tribunal do Condado de Douglas. A defesa alega que Coutinho não foi a pessoa que agrediu fatalmente Vanderlei Szczepanik ou enforcou Jacqueline e Christopher Szczepanik. Os advogados alegam que os assassinatos foram cometidos pelas mãos do comparsa do principal acusado, Valdeir Gonçalves Santos, 37, e Elias Lourenço Batista, de 29 anos, este último deportado para o Brasil r ainda negando a autoria. Já a promotoria pública alega aos juízes que Coutinho pressionou os outros a fazerem isso e que “cada passo não foi realizado com as suas mãos, mas cada passo aconteceu pelas suas mãos”.

“As evidências revelam e eu acho que os jurados perceberam que esse réu era o mais sofisticado do grupo e, portanto, parecia ser o líder desse mesmo grupo”, disse o promotor público do Condado de Douglas, Don Kleine.

A defesa argumentou que outros detentos no Condado de Douglas também cometeram crimes até piores que esses e nem por isso estavam agora no corredor da morte e que no país natal de Coutinho, Brasil, não existe a pena de morte. A promotoria rebateu que os crimes contra a família brasileira ocorreram no estado de Nebraska.

“Se haverá pena de morte na sentença, este certamente é um caso provável, devido ao grau de violência”, explicou Kleine.

Em outubro de 2012, Coutinho foi considerado culpado de matar a família Szczepanik. O júri também decidiu haver circunstâncias agravantes que tornaram o réu passível de pena de morte. Os três magistrados avaliarão os argumentos e decidirão sobre o futuro do mineiro.

Entre os comparsas, Valdeir foi condenado a 20 anos de prisão por testemunhar contra Coutinho em troca do livramento da pena de morte, e Batista ainda continua foragido no Brasil. A Promotoria Pública do Condado de Douglas informou haver três sentenças de pena de morte contra Coutinho, além de roubo.
O casal Vanderlei e Jacqueline Szczepanik, ambos de 43 anos, executado juntamente com o filho Christopher Szczepanik, de apenas 7 anos, trabalhava em missões da igreja Assembleia de Deus. Tatiane Klein, a filha mais velha dos Szczepanik, disse que planeja ficar nos EUA até que o terceiro acusado pela morte dos seus pais seja extraditado e julgado.

O crime teria sido motivado por um desacordo entre Coutinho, que trabalhava para o empreiteiro Vanderlei Szczepanik, juntamente com Valdeir e Elias. Vanderlei foi espancado até a morte, enquanto Jacqueline, sua esposa e seu filho Christopher, de 7 anos, foram estrangulados. Os corpos foram jogados no Rio Missouri.
Fonte: Jornal Vale do Aço

Senac promove aula inaugural em Timóteo




FOTO: JOÃO MORGADÃO

o Curso de Auxiliar Administrativo, que atenderá 80 alunos em duas turmas no período da noite
TIMÓTEO - O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), em parceria com a Prefeitura de Timóteo, promoveu nesta terça-feira (23) a aula inaugural do Curso de Auxiliar Administrativo, que atenderá 80 alunos em duas turmas no período da noite, no Centro Municipal de Educação Integrada (CMEI) e no IMETT (Instituto Municipal de Educação Técnica de Timóteo). A abertura do curso foi realizada pelo Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Sebastião Nonato, que representou o prefeito Keisson Drumond, e esteve acompanhado do vereador José Vespasiano.

O secretário destacou a importância do convênio firmado entre a Prefeitura e o Senac, que permitirá a capacitação gratuita de alunos para inserção e/ou recolocação no mercado de trabalho. “A oferta de educação profissionalizante abre oportunidades do primeiro emprego para nossos jovens e de atualização dos profissionais que almejam novas funções ou a reinserção no mercado”, assinala Sebastião Nonato, acrescentando que o prefeito se empenhou diretamente para concretizar a parceria com o Senac, instituição reconhecida no país por sua qualidade.

“Um dos pilares da nossa política de desenvolvimento econômico é a oferta de mão de obra qualificada. O convênio prevê a vinda de novos cursos profissionalizantes no decorrer do ano, de acordo com a demanda local”, relata, explicando que a Prefeitura arca com a infraestrutura das instalações, enquanto o Senac responde pela equipe de professores e fornecimento do material didático.

ADMINISTRAÇÃO

O curso visa qualificar o participante para executar as tarefas administrativas relativas ao funcionamento das organizações, de acordo com as normas previamente estabelecidas, desenvolvendo atividades pertinentes aos setores de Pessoal, Marketing, Vendas, Contabilidade, Financeiro, Compras e Estoque, de maneira proativa e com postura ética. As aulas, que começaram nesta terça-feira (23), são realizadas de segunda a sexta-feira, das 19h às 22h. O curso tem duração de três meses.
Fonte Jornal Vale do Aço

Dilma prepara Plano Nacional de Trabalho e Emprego






A presidente Dilma autorizou o Ministério a fazer concurso para contratar fiscais de trabalho e atendentes para as agências do MTE
DA REDAÇÃO - A presidente Dilma Rousseff pediu nesta segunda-feira (22) que o ministro Manoel Dias prepare o Plano Nacional de Trabalho e Emprego. Foi a primeira audiência entre eles, para a qual levou um diagnóstico da pasta.

Dias vai criar um grupo ministerial para estudar propostas que farão mudanças significantes no estímulo à criação de emprego, manter os conquistados e não descarta estudar novos direitos trabalhistas, além de desburocratizar processos administrativos para aumentar o número de carteiras assinadas.
“Não há prazo para projeto ser entregue”, diz o ministro. A Casa Civil e o Ministério do Planejamento vão acompanhar.

A presidente Dilma autorizou o Ministério a fazer concurso para contratar fiscais de trabalho e atendentes para as agências do MTE. Não está descartado que a presidente Dilma anuncie isso em pronunciamento dia 1º de Maio.

E foi acertada com a ministra do Planejamento a reforma e ampliação dos postos e agências de atendimento nas capitais, “para dar celeridade e conforto ao trabalhador”, completa Dias.

Antes disso, o ministro vai fazer um roteiro por Cuiabá (30), São Paulo (Dia 1º de Maio) e Rio, dia 2, para participar de comemorações de centrais sindicais pelo Dia do Trabalhador.

Dias preparou o terreno. Chegou nesta segunda a Brasília após uma maratona de viagens para visitar todas as centrais sindicais e ouvir demandas. O setor está pacificado, segundo ele.
Fonte: Jornal Vale do Aço

Parentes de adolescentes ainda esperam por justiça

Mães das vítimas temem represálias devido ao andamento das investigações feitas pela DHPP de Belo Horizonte


IPATINGA – O histórico de impunidade no Vale do Aço parece estar chegando ao fim. Na última sexta-feira (19) foram presos dois policiais civis suspeitos de envolvimento no desaparecimento de quatro adolescentes moradores do bairro Caravelas. Os corpos de John Enison da Silva, de 15 anos; Nilson Nascimento Campos, de 17 anos; Felipe Andrade, de 15 anos, e Eduardo Dias Gomes, de 16 anos, foram encontrados na localidade de Revés de Belém, distrito da Caratinga no dia 30 de outubro de 2011. Eles estavam nus e com perfurações de disparos de arma de fogo na nuca.

Os mandados de prisão preventiva foram expedidos pela Justiça da Comarca de Caratinga contra o médico legista José Rafael Americano e o investigador José Cassiano Guarda. Eles foram levados para a Casa de Custódia da Polícia Civil, no bairro Horto, em Belo Horizonte.
As investigações estão sendo conduzidas pela equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa de Belo Horizonte (DHPP). Segundo o delegado Wagner Pinto, o inquérito corre em sigilo, a exemplo também das investigações sobre as execuções do repórter policial Rodrigo Neto e do fotógrafo freelancer Walgney Carvalho.

PARENTES
Para a aposentada Maria da Conceição Silva, de 68 anos, o neto era um menino desobediente. John Enison veio para Ipatinga, morar na casa da avó, depois que a mãe adoeceu.
A avó viu o neto pela última vez no dia 24 de novembro, quando esteve na 1ª Delegacia Regional de Ipatinga para liberar o adolescente, que estava apreendido sob a acusação de tráfico de drogas.
Os quatro menores estavam na rua Lorena de posse de pedras de crack, segundo o boletim de ocorrências feito pela Polícia Militar. Maria deixou que o neto ficasse no Centro aguardando a liberação dos amigos Nilson, Felipe e Eduardo.
“Queria saber o que realmente aconteceu naquele dia. Tem um ditado que diz que quem deve, paga. Não desejava o mal para o John, mas um destino diferente, porque ele era um menino inteligente”, lembrou.
Logo que os corpos foram encontrados em 30 de outubro, os familiares conseguiram identificar os adolescentes por tatuagens e marcas de nascimento.
Apenas o de John Enison dependia de exame de DNA. No dia 4 de outubro, Maria da Conceição esteve com uma filha em Caratinga para recolher amostras de sangue para a identificação do quarto corpo, encontrado no matagal em Revés do Belém.
Nesta semana, a aposentada revelou ao Comitê Rodrigo Neto que nunca recebeu o resultado do exame. Por isso, os restos mortais de John Enison ainda estão enterrados no Cemitério de Revés do Belém como indigente.
“Se meu neto não estivesse na rua contaminada estaria agora com 17 anos, trabalhando para me ajudar. O que desejo dizer é que muitos não pagam nessa terra, mas pagam com Deus. Tomara que a justiça seja feita. No escondido tem muita gente e que faz barbaridade”, declarou a aposentada.
Ao final da entrevista Maria fez um apelo para que as autoridades mudem a realidade dos adolescentes. “Queria um jeito de dar apoio a essas crianças. Fazer uma internação e dar serviço a eles. Isso pode ajudar a consertar aqueles que são desobedientes, como era o meu neto”, lembrou.

COVARDIA
O mesmo sentimento de angústia é compartilhado por Maria Aparecida Gomes, de 52 anos, avó de Felipe Andrade. O neto veio de Governador Valadares para Ipatinga com o objetivo de comemorar o aniversário dela.
“A minha filha Valcilene não se conforma com a morte do Felipe. Isso é um sofrimento para uma mãe e uma dor que não tem fim. A saudade que a gente sente aumenta a cada ano. A mãe do Felipe chegou a dizer que se ficar cara a cara com quem matou o meu neto, ela é capaz de fazer justiça com as próprias mãos”, comentou.
Maria lembrou que os menores foram ameaçados na rua por um policial, mas não soube identificar de qual corporação. “Ouvi dizer que um dos policiais declarou abertamente que aquele seria o último pulão que os meninos sofreriam”, citou a dona-de-casa, fazendo referência à apreensão dos quatro menores por tráfico.
Quanto à prisão dos dois suspeitos de envolvimento na execução dos menores, que ficou conhecimento como Chacina de Revés do Belém, a família de Felipe se diz temerosa em função do envolvimento de agentes de segurança.
“Tanto faz se foram presos, quero estar longe disso aí. Mexer com polícia é um perigo, dependendo do que acontecer pode ter vingança. O Deus a que sirvo é maior do que tudo isso e não vai deixar acontecer nada de ruim. Não quero que aconteça a alguém da minha família o mesmo que aconteceu com aquela menina do Cidade Nova. Ela abriu a boca e acabaram calando ela”, relembrou Maria Aparecida.
A dona-de-casa se referia à execução de Rafaela Miranda de Jesus, de 19 anos, ocorrida no dia 1º de maio de 2012, cerca de dois meses após ter testemunhado uma abordagem policial em Santana do Paraíso que culminou no desaparecimento dos garotos identificados como Jonathan, Vitinho, Luciano e Wesley.

ENTENDA O CASO
Os quatro corpos, em avançado estágio de decomposição, foram encontrados por funcionários da Cenibra, no dia 30 de novembro, em uma área conhecida como Lagoa Bonita - Talhão 5, nas imediações do município de Revés do Belém.

Os cadáveres estavam nus e apresentavam perfurações produzidas por disparos de arma de fogo na altura da nuca, o que indica execução. Próximo a um dos cadáveres foram localizadas uma carteira de trabalho e uma certidão de nascimento em nome de Helberton Semeão Moraes. Só que os documentos não pertenciam a nenhuma das vítimas já identificadas. Os cadáveres estavam em uma área de difícil acesso. Na região em que os corpos foram encontrados, já foram registrados outros casos de localização de cadáveres.
Os quatro adolescentes, entre 15 de 17 anos de idade, foram vistos pela última vez por familiares no dia 24 de outubro. Neste dia, eles foram abordados pela Polícia Militar e encaminhados para a Delegacia da Polícia Civil. Ao serem liberados por volta das 18h, um dos adolescentes apedrejou uma viatura de Polícia Civil. Foi a última vez em que eles foram vistos antes dos corpos serem encontrados.

ENVOLVIMENTO DE POLICIAIS
Em entrevista ao jornal Vale do Aço, do dia 2 de dezembro de 2011, o delegado Carlos Alberto Bastos, da Polícia Civil de Caratinga, não descartou a hipótese de envolvimento de policiais.
“Todos (Eduardo, Nilson, John Enison e Felipe) estavam envolvidos com drogas. Eles foram presos dias antes de serem encontrados mortos. A gente não sabe e pode ser que sim (que haja a participação de policiais). Vemos diariamente nos noticiários a atuação de milícias (muitas compostas por policiais) no combate ao crime. Isso não acontece só aqui e no Rio de Janeiro, tem ocorrido é em todos os cantos do nosso país. Mas, agora, quem vai apurar se policiais estão ou não envolvidos nessa chacina é a delegacia de Ipatinga”, declarou.

Ele disse que encaminharia o inquérito para a PC de Ipatinga, em função da maior facilidade nas investigações. Na época, o então chefe do 12º Departamento de Polícia Civil, Walter Felisberto, disse que uma das linhas de investigação era a de que policiais (civis ou militares) poderiam estar envolvidos no crime. Tanto ele como o então delegado regional João Xingó disseram à imprensa que solicitariam ao superintendente da Polícia Civil em Belo Horizonte, Celso Ávila, apoio de uma equipe da Divisão de Crimes contra a Vida para colaborar nas investigações, dada “a complexidade do caso”. O então delegado regional de Caratinga, Gilberto Simão, também afirmou que ia requerer que o inquérito fosse remetido à Delegacia de Homicídios da capital mineira. (Matéria elaborada pelo Comitê Rodrigo Neto).
Fonte: Jornal Vale do Aço