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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Minas terá moderno centro de biotecnologia

Com a fábrica mineira, anunciada nesta terça pelo governador Antonio Anastasia e pela presidenta Dilma Rousseff, Brasil retomará a produção de insulina no país

Renato Cobucci

Com a fábrica mineira, anunciada nesta terça pelo governador Antonio Anastasia e pela presidenta Dilma Rousseff, Brasil retomará a produção de insulina no país
 Uma parceria entre a iniciativa privada, o Governo de Minas e Governo Federal vai garantir a retomada da produção de insulina no país que será distribuída de forma gratuita para a população por meio do Sistema Único de Saúde, o SUS. A fábrica que produzirá o medicamento será construída em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e vai se tornar um dos mais modernos centros de biotecnologia do mundo. O anúncio aconteceu nesta terça-feira (16), em Belo Horizonte, em evento que contou com a presença do governador Antonio Anastasia e da presidenta da República Dilma Rousseff.

Com a produção da indústria mineira, o Brasil entrará para o seleto grupo de países a fabricar o medicamento do diabetes. Hoje, apenas Estados Unidos, Alemanha e Dinamarca possuem a tecnologia para produção da insulina humana. Para o governador Anastasia, além de garantir mais segurança para a saúde das pessoas, a fabricação do medicamento, realizado com alta tecnologia, vai ao encontro do grande objetivo do Governo de Minas de inserir o Estado na nova economia. “Nós estamos dando um passo muito importante no grande esforço nosso, de Minas Gerais, no incentivo à nova economia. Temos, no caso da biotecnologia, um dos aspectos mais relevantes dessa economia do século XXI, que é importante para o nosso desenvolvimento. Minas Gerais tem se esforçado muito e tem realizado, em parceria com os nossos empresários, avanços muito importantes. Essas instituições em nosso Estado representam um grande patrimônio”, afirmou o governador.

Segundo Anastasia, investir em biotecnologia é encontrar hoje o que ele chamou de ‘o novo ouro’.  “Estamos instalando essa empresa em Nova Lima, conhecida internacionalmente pela produção do ouro. Minas Gerais tem no seu ouro uma das suas principais riquezas. Estamos levando para Nova Lima agora um novo ouro, um ouro que é a ideia da produção da biotecnologia que vai dar à cidade, à Região Metropolitana, ao nosso Estado uma riqueza ainda maior”, disse.

Na unidade da indústria de medicamentos biotecnológicos Biomm serão produzidas insulina humana recombinante e outras proteínas de interesse terapêutico. Atualmente toda a demanda por insulina é suprida com importação. Os investimentos previstos são da ordem de cerca de R$ 350 milhões. O empreendimento irá gerar 208 empregos diretos e 624 empregos indiretos.

Parceria

Renato Cobucci

O projeto será desenvolvido em conjunto com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e terá financiamento do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Desse montante, o BDMG participa com R$ 56,1 milhões, em forma de financiamento, e outros R$ 29 milhões como participação acionária, perfazendo R$ 85 milhões. Anastasia defendeu a união de esforços e as parcerias para o desenvolvimento de negócios e de mais qualidade de vida para o cidadão. “Fico muito feliz de estarmos celebrando a participação das esferas federal, estadual e municipal na atração de um investimento altamente estratégico não só para Minas Gerais, mas para o Brasil e até para o mundo. Temos a possibilidade de acoplar os esforços dos poderes públicos, das universidades e do setor privado para termos ainda, no âmbito do desenvolvimento da biotecnologia, a possibilidade de termos mais remédios que melhora a posição estratégica do Brasil, mas fundamentalmente, melhorar a saúde do nosso povo que é sempre o ponto mais relevante e mais importante que devemos destacar”, afirmou Anastasia.

A presidenta Dilma destacou a importância da empresa e disse que há, hoje, um ambiente muito favorável para o seu estabelecimento. “Eu acredito que a Biomm surge no Brasil num momento em que todos nós olhamos o Brasil e sabemos que não é inadmissível, que não é uma pretensão exagerada, que não é uma mania de alguns, ter uma empresa produtora de insulina no Brasil”, disse.

Redução dos preços

A volta da produção de insulina no país, segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, representa segurança para os pacientes diabéticos. “Às vezes, a insulina que é produzida fora do país o transporte, a dificuldade de vinda ou qualquer decisão estratégica de uma empresa de parar de produzir, poderia levar a uma insegurança do fornecimento de insulina no Brasil”, explicou.

Ainda segundo o ministro, a nova indústria mineira ajudará a baixar o preço do produto. “Teremos, no nosso país, um produto de qualidade, de tecnologia de ponta. E toda vez que a gente tem mais produtores, mais países participando da produção, mais empresas, aumenta a competição. E o aumento da competição reduz preço tanto para o Ministério da Saúde, quanto para o consumidor”, afirmou.

A Biomm detém a tecnologia para a produção de insulina humana recombinante, que utiliza micro-organismos geneticamente modificados para a produção do cristal de insulina, princípio ativo do medicamento injetável. A tecnologia desenvolvida pela empresa permite a produção em larga escala de insulina com padrões de qualidade que atendem às exigências da Organização Mundial de Saúde (OMS) e de outras instituições regulatórias. O Governo de Minas tem incentivado a atração de empresas de biotecnologia para agregar valor e inovação à economia do Estado. Só em 2012, foram formalizados investimentos de R$ 285,1 milhões, com geração de 1.263 empregos diretos e 1.350 empregos indiretos, em dez projetos no setor de biotecnologia e fármacos em Minas Gerais. Em 2011, foram R$ 402,3 milhões, com geração de 506 empregos diretos e 2.778 empregos indiretos, em seis projetos.

Fonte: Jornal Vale do aço