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segunda-feira, 22 de abril de 2013

INFLAÇÃO: feijão está 30% mais caro em 2013




Lairto Martins

Clemar avalia que há tendência de estabilidade nos preços de abril em diante
FABRICIANO – O feijão está, em média, 30% mais caro em 2013, conforme o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Num grande supermercado da região, ele era vendido neste sábado a R$ 4,99 o quilo na versão carioca. Só em março, o aumento foi de 9,04%. A reportagem do jornal VALE DO AÇO procurou uma empresa com sede no Distrito Industrial de Coronel Fabriciano, que abastece quase 100% do varejo local, para saber em detalhes as causas do aumento. No local, onde hoje trabalham mais de 100 funcionários, os estoques estão baixos.

Por outro lado, apreciadores de variedades mais nobres, como branco, preto ou vermelho, as encontram praticamente nos mesmos valores que o popular carioca. As oscilações se devem a diversos fatores, conforme explicou o diretor da empresa, Clemar Eustáquio de Moraes.

A safra do feijão é sensível a diversas condicionantes. Trata-se de uma cultura de clima ameno, que não se adapta bem ao excesso de chuva, nem excesso de sol, precisa de tudo na medida certa. “Por isso, e também em razão da queda no preço da commodity nos anos anteriores, muitos produtores têm privilegiado plantar milho ou soja. Em Minas Gerais, neste ano, também houve graves problemas com a praga da mosca branca, o que não nos afetou, já que nosso produto vem do estado do Paraná. Mas acredito que a tendência é que os preços se mantenham estáveis de abril em diante, caso não haja fatores externos que influenciem”, explicou Moraes.

CARACTERÍSTICAS

Conforme a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), apesar do aumento de 48% na produtividade da leguminosa, nos últimos 17 anos, a área plantada no país foi reduzida em 35%. Outra particularidade do grão, explica Clemar, é ser extremamente sensível à umidade.

“Hoje nossa empresa atingiu um elevado padrão de qualidade, mas graças a investimentos pesados em tecnologia. Temos um maquinário caro para selecionar e processar o feijão, de modo a oferecer a nossos consumidores somente o melhor. Mas o processo de transporte e estocagem também é complexo, um desafio a mais na comercialização de um produto tão apreciado pelo consumidor brasileiro”, detalhou.

A classificação do feijão está mais relacionada ao aspecto estético. Muitas donas de casa acreditavam no mito de que, adquirindo um produto “Tipo 2”, nele haveria maior quantidade de corpos estranhos, como areia, terra, tocos, o que na verdade não acontece. O que muda é a uniformidade dos grãos, que no “Tipo 1” não possuem quebras.

Importação chinesa

A primeira safra do feijão, que encerrou a colheita em março, apresentou fortes sinais de queda em Minas Gerais. No primeiro trimestre de 2013, foram colhidas 155 mil toneladas, contra 220 mil no mesmo período do ano passado. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), nos últimos dois anos a importação do feijão chinês pelo Brasil já cresceu 16%. No primeiro trimestre de 2011, o país importou 17,88 mil toneladas do feijão chinês. De janeiro a março deste ano, o volume subiu para 20,75 mil toneladas.

O diretor-sócio da consultoria MB Agro, José Carlos Hausknecht, lembra que, com a atual quebra da safra, o feijão deverá pesar mais na inflação, principalmente se houver necessidade de se importar mais. "Com queda na oferta, é provável que o Brasil importe mais da China e da Argentina. E o produto ficará mais caro", destaca o consultor.

Fonte:  Jornal Vale do Aço