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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Sindpol pede rigor e equilíbrio na investigação de policiais

Presidente de sindicato destaca que "generalização é injusta" e defende ampla defesa para policiais presos suspeitos de envolvimento com execuções 

Wôlmer Ezequiel
denilson martins
Denilson Martins afirma que o sindicato acompanha de perto as investigações
 
IPATINGA – A prisão temporária de dois policiais civis, além de um médico legista, investigados por suposto envolvimento em crimes praticados na região, motivou a vinda de representantes do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas gerais (Sindpol) a Ipatinga, na tarde de ontem. As prisões são fruto do trabalho de um força-tarefa da Polícia Civil que investiga execuções supostamente feitas por policiais no Vale do Aço, crimes cuja impunidade era denunciada pelo repórter Rodrigo Neto, 38 anos, morto a tiros na madrugada de 8 de março. A PC também investiga a relação da morte de Rodrigo com o assassinato do fotógrafo Walgney Carvalho, 43 anos, em 14 de abril.
O presidente da entidade, Denilson Martins, se reuniu com delegados e posteriormente com dezenas de filiados na sede da 1ª Delegacia da Polícia Civil, em Ipatinga. Denilson Martins explicou que realizou uma inspeção sindical, um ato rotineiro quando há necessidade da presença do sindicato. “O que motivou nossa vinda foram as apurações de homicídios e demais eventos criminosos na região. Que fique bem claro que essas prisões temporárias decretadas pelo Judiciário não estão relacionadas com a morte do repórter Rodrigo Neto e do fotógrafo. Elas estão ligadas a processos antigos que estão em apuração”, declarou Denilson Martins.
O presidente do Sindpol informou que acompanha a investigação sobre os policiais civis e presta apoio às suas famílias. “Zelamos pelo devido processo legal e pela ampla defesa. Trata-se de policiais honestos e trabalhadores, que têm a vida pregressa honesta. Essa arguição pegou a todos nós de surpresa”, pontua.
O dirigente rebateu possíveis generalizações à categoria em função dessa investigação. “Toda forma de generalização é injusta. A maioria esmagadora dos policiais civis sai de casa para dar segurança à sociedade. Esse fato isolado deve ser apurado com o rigor que carece. Faz parte do dia a dia do policial ser questionado, o que não pode é faltar equilíbrio na atuação de quem nos cobra”, destacou.
Denilson Martins falou sobre a expectativa no desfecho da apuração da morte do repórter e do fotógrafo. “Rodrigo Neto é pessoa muito próxima da PC e interessa a todos nós a apuração das causas da sua morte e a do fotógrafo”, sintetizou. Em assembleia dos filiados ontem foi definida a nova diretoria regional do Sindpol. O delegado Alexandro Silveira Caetano assumiu a direção e Elói Carlos Pereira está na diretoria financeira, tendo como suplente Elton Pereira da Costa. Atualmente, a região possui cerca de 120 filiados. No Estado, são 4.800 filiados.
 

Reivindicação pela ampliação de efetivo da PC

 
Em sua visita, Denilson Martins falou sobre a carência de efetivo da Polícia Civil e das ações em prol da melhoria na composição dos quadros. “Trabalhamos com um terço do necessário, o mesmo da década de 1980, e a população, de lá pra cá, quase triplicou”, comparou o dirigente do Sindpol.
Denilson Martins lembrou que, em 2011, a greve deflagrada pela categoria resultou em um concurso público. Estavam previstas 144 vagas e a pressão resultou na chamada de 420 delegados de polícia. Eram previstos 205 escrivães, e já foram chamados 384. Agora, diz o sindicalista, há um compromisso do secretário de Defesa Social, Rômulo Ferraz, de convocar mais 300 servidores.
“Uma seleção vai abrir, ainda, concurso para 1.600 novos investigadores para a polícia judiciária”, anunciou. Outra ação defendida por Denílson Martins é a Nova Lei Orgânica da PC, prevista no Projeto de Lei 23/2012. “Ela amplia o quadro efetivo de 12.250 para 18.500. Estamos pressionando o governo, que tem até 5 de maio para enviar o projeto à Assembleia Legislativa, sob pena de deflagramos greve”, concluiu.
Fonte: Diário do Aço